>forte>Healing the Centurion's Servant
1. E como Ele tinha completado todas as Suas palavras na audiência do povo, Ele entrou em Cafarnaum.
2. E um certo servo de um centurião, que lhe era querido, tendo uma doença, estava prestes a morrer.
3. Mas, tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe os anciãos dos judeus, implorando-Lhe que viesse e salvasse o seu servo.
4. E, chegando a Jesus, imploraram-lhe encarecidamente, dizendo que ele era digno por quem devia fazer isto,
5. Pois ele ama a nossa nação, e construiu-nos uma sinagoga.
6. E depois Jesus foi com eles. E [quando] Ele já não estava longe de casa, o centurião enviou amigos a Ele, dizendo-lhe: "Senhor, não te incomodes a ti mesmo, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado".
7. Portanto, nem eu mesmo me julguei digno de vir a Ti; dizei, porém, numa palavra, e o meu menino será curado.
8. Porque também eu sou um homem posto em ordem sob autoridade, tendo soldados debaixo de mim, e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele faz".
9. E Jesus, ao ouvir estas coisas, maravilhou-se dele, e voltando-se para a multidão que O seguia, disse: "Eu vos digo que não encontrei tal fé em Israel".
10. E os que foram enviados, voltando à casa, encontraram bem o criado doente.
Entre as muitas lições que Jesus ensinou quando Ele deu o Sermão da Planície estava a necessidade de primeiro remover a tábua de nosso próprio olho para que pudéssemos nos entender antes de nos esforçarmos para entender os outros. A esse respeito, Jesus estava ensinando sobre a importância de nos examinarmos a nós mesmos a fim de descobrir os males de que precisamos para evitar o "tronco" em nosso próprio olho. Este tipo de auto-exame leva a uma verdadeira humildade. É a consciência sóbria de que, sem o Senhor, seríamos incapazes de nos elevar acima da nossa natureza inferior. Embora possamos andar por aí imaginando que somos melhores do que os outros, dignos de sua admiração e respeito, o auto-exame nos ajuda a perceber a verdade. E a verdade é que sem o Senhor somos escravos humildes de nossa natureza egoísta, desejando que outros nos sirvam ao invés de desejar servir aos outros. 1
Este ensinamento central sobre humildade é ilustrado no próximo episódio. Quando um comandante militar do exército romano descobre que seu amado servo está doente e prestes a morrer, ele envia anciãos judeus a Jesus. Aparentemente, o comandante já ouviu falar de Jesus e acredita que Jesus tem o poder de curar. Então, os anciãos são enviados a Jesus com quem devem implorar, implorando-Lhe que "venha e cure" o servo do comandante (Lucas 7:1-3).
O comandante romano é chamado de "centurião", o que significa que ele é o comandante de uma centena de homens. Normalmente, uma pessoa com tanto poder pode considerar-se digna de grande respeito, um homem a ser admirado e obedecido, um homem que se vê como acima dos outros, especialmente dos cem soldados que estão sujeitos às suas ordens. Esse comandante, porém, é bem diferente. Embora seja um comandante militar do exército romano, ele ainda cuida de seu servo que é "querido por ele". Ele também é atencioso com o povo judeu. Como dizem os anciãos que são enviados a Jesus: "Ele ama a nossa nação e nos construiu uma sinagoga.... Ele é um homem digno" (Lucas 7:4-5).
O centurião, no entanto, vê-se a si próprio de forma bastante diferente. Depois que Jesus concorda em ir à casa do centurião para curar o servo moribundo, o centurião envia outra delegação a Jesus. Esta segunda delegação é mandada sair e encontrar-se com Jesus pelo caminho e pedir-Lhe que não entre na casa do centurião. Eles devem dizer a Jesus que o centurião disse: "Senhor, não te incomodes, porque eu não sou digno de que entres debaixo do meu teto" (Lucas 7:6).
O contraste entre a forma como os outros vêem o centurião e como ele se vê a si mesmo é marcante. Enquanto outros o consideram "digno", o centurião não se acha suficientemente digno para que Jesus entre em sua casa. Na verdade, o centurião não se acha digno o suficiente para encontrar Jesus e ficar na presença de Jesus. Como diz o centurião, "eu nem sequer me considero digno de ir até Ti" (Lucas 7:7). Como solução, e como testemunho da sua grande fé no poder curativo das palavras de Jesus, o centurião tem os seus mensageiros a dizer a Jesus: "Basta dizer a palavra e o meu servo será curado" (Lucas 7:7). Quando Jesus ouve isto, volta-se para a multidão que O tem seguido e diz-lhes: "Não encontrei tanta fé, nem mesmo em Israel" (Lucas 7:9).
No nível mais literal, a história sobre a cura do servo do centurião ilustra que todos - judeus ou gentios, gregos ou romanos - têm a capacidade de ser tocados pelo Divino. Não há pessoas "escolhidas". Todos, em todos os lugares, independentemente de sua formação religiosa ou cultura, têm a capacidade de responder ao amor e à sabedoria Divina que Jesus oferece. A única exigência é a humildade. É isto que Jesus quer dizer com a "grande fé" do humilde centurião. É o tipo de fé que Jesus ansiava ver, mas não encontrou entre aqueles que se consideravam "escolhidos". 2
Como soldado do exército romano, o centurião sabe o que significa estar sob autoridade. "Tenho comandantes sobre mim", diz o centurião, "e devo fazer o que eles mandam". Da mesma forma, tenho soldados sob o meu comando que devem fazer o que eu ordeno. Se eu lhes disser para irem, eles vão. Se eu lhes digo para virem, eles vêm. E, se eu lhes digo para fazerem algo, eles o fazem" (Lucas 7:8).
Na frente de batalha física, o centurião é um comandante. Ele dá ordens, e os soldados sob o seu comando devem obedecer. Mas se olharmos mais profundamente, e considerarmos a frente de batalha espiritual, Deus é o nosso comandante-chefe. Ele tem uma visão perfeita das influências infernais que ameaçam a nossa vida espiritual, e uma perfeita compreensão das táticas do inimigo. Por meio dos mandamentos de Sua Palavra, Ele nos dá instruções sobre como lidar com inimigos espirituais ocultos. À luz da sabedoria divina, vemos a natureza de nossos males hereditários; e através do poder da Palavra do Senhor, se optarmos por usá-la, podemos dispersar e dispersar os desejos malignos e os pensamentos falsos que surgem em nossa mente. A única coisa necessária é "dizer a Palavra" - isto é, acreditar que a Palavra do Senhor tem grande poder, mesmo sobre os espíritos maus. Como bons soldados, nosso trabalho é seguir as ordens do nosso Comandante. Quando Deus diz: "Ide para a batalha", nós vamos. Quando Deus diz: "Vinde a Mim", nós vamos. E quando Deus diz: "Guarda os meus mandamentos", nós fazemos isso mesmo. Este é o tipo de obediência que é necessária se quisermos prevalecer na frente de batalha espiritual. 3
Ao encerrar este episódio, lemos que quando voltaram à casa do centurião, descobriram que o servo que tinha estado doente e perto da morte tinha ficado completamente bem (Lucas 7:10). Na Palavra, um "servo" representa a forma como a verdade serve à bondade para realizar alguma forma de serviço útil. Porque a bondade é sempre o fim em vista, a verdade serve para nos ajudar a alcançar esse fim. Por exemplo, os pais que querem criar bons filhos (o fim em vista) precisam aprender verdades essenciais sobre a parentalidade. Uma pessoa que quer ser um curandeiro físico (o fim em vista) precisa aprender verdades importantes sobre como o corpo funciona. Um paisagista que quer ajudar as pessoas a ter belos gramados e jardins (o fim em vista) precisa aprender as verdades sobre a horticultura. Em cada um destes exemplos, a verdade é o "servo" da bondade. 4
No sentido espiritual, então, a história do servo do centurião contém uma mensagem oculta sobre aqueles momentos da nossa vida em que a verdade que possuímos está "doente" e "perto da morte". São aqueles momentos em que os desejos malignos parecem ter vantagem sobre nossas mais nobres aspirações, e os falsos pensamentos parecem estar ofuscando nossas percepções superiores. Quando desejos egoístas e idéias falsas atacam nossas vidas espirituais, nós estamos, por assim dizer, espiritualmente doentes e em um estado que pode ser chamado de próximo à morte espiritual. 5
Em tais momentos, nosso único recurso é perceber que há esperança de cura enquanto nós, como o centurião, nos voltamos para o Senhor. Quando a nossa fé renuncia, e quando a verdade que possuímos está toldada de dúvidas, é hora de confiar no nosso Comandante Celestial. Como está escrito nas Escrituras Hebraicas: "Se guardardes os mandamentos, os estatutos e os juízos que hoje vos ordeno, .... o Senhor vosso Deus vos tirará todas as doenças e vos manterá livres de toda doença maligna" (Deuteronômio 7:11, 15). Também: "Se ouvirdes atentamente a voz do Senhor vosso Deus, e fizerdes o que é reto aos seus olhos, e derdes ouvidos aos seus mandamentos, e guardardes todos os seus estatutos, não porei sobre vós nenhuma destas doenças (...) porque eu sou o Senhor que vos cura (...)Êxodo 15:26).
>forte>Bringing the Dead to Life
11. E aconteceu que no dia seguinte [dia] Ele entrou numa cidade chamada Naim; e um considerável [número] dos Seus discípulos foi com Ele, e uma multidão de muitos.
12. E quando Ele estava perto da porta da cidade, eis que um morto [homem] estava sendo executado, o filho unigênito de sua mãe; e ela era viúva; e uma multidão considerável da cidade estava com ela.
13. E o Senhor, vendo-a, moveu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.
14. E, aproximando-se, tocou o caixão, e os que o suportavam pararam; e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te.
15. E aquele que estava morto sentou-se, e começou a falar; e o entregou a sua mãe.
16. Mas o medo tomou [a todos], e eles glorificaram a Deus, dizendo que um grande profeta se levantou entre nós, e que Deus visitou o Seu povo.
17. E esta palavra foi para toda a Judéia a respeito dEle, e para toda a região rural.
O criado do centurião estava doente, e ficou bem. Na verdade, ele estava tão doente que estava "perto da morte". Isto foi realmente um grande milagre, especialmente considerando o fato de que a cura foi feita à distância e só exigia que Jesus "falasse uma palavra". No episódio que agora se segue, ocorre um milagre ainda maior. Um jovem, que já morreu, é trazido de volta à vida. Como está escrito: "E quando Ele se aproximou da porta da cidade, eis que um homem morto estava sendo executado, o único filho de sua mãe; e ela era viúva. E uma multidão considerável da cidade estava com ela. E o Senhor, vendo-a, moveu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: 'Não chores'" (Lucas 7:13). 6
A progressão da cura de uma doença mortal para a ressurreição de alguém dos mortos é significativa. Ao longo das narrativas do evangelho, Jesus continua a revelar a divindade que está dentro Dele - não de uma só vez, mas gradualmente. Da mesma forma, à medida que Jesus gradualmente abre nossa compreensão, começamos a compreender as maravilhas da realidade espiritual. Como o servo do centurião no episódio anterior, a nossa compreensão da verdade espiritual, que estava doente e perto da morte, é restaurada à saúde plena. Neste episódio, no entanto, a cura é mais profunda. Não se trata da cura de uma doença espiritual, mas sim da ressurreição da morte espiritual. Trata-se daqueles momentos em que estamos tão enterrados em desejos malignos e afogados em pensamentos falsos que podemos ser chamados de "mortos espiritualmente".
Neste episódio em particular, Jesus está lidando com uma mulher que não só perdeu seu marido, mas agora perdeu seu filho. Na Palavra, uma viúva representa um estado espiritual que todos nós experimentamos de vez em quando. É um estado de bondade sem verdade para defendê-lo, apoiá-lo e guiá-lo. Neste caso, a perda de um marido e agora de um filho retrata aqueles momentos em que a verdade aparentemente nos deixou. Nós somos "viúvas" espirituais. Apesar de ansiarmos por fazer o bem, não sabemos como. Pior ainda, enquanto fazemos um esforço renovado para levantar uma semelhança com a verdade que um dia conhecemos, essa verdade parece morrer em nós também. Isto está contido nas palavras das escrituras: "o único filho da mãe estava sendo realizado e ela era viúva". Quando estamos neste estado de "viuvez espiritual", Jesus vem até nós para restaurar a verdade que parecia morrer. Ele vem como o noivo espiritual e marido de todos os que estão dispostos a recebê-lo, dizendo: "Não choreis". (Lucas 7:13).
E então, sem pular um ritmo, Jesus toca o caixão e diz ao jovem: "Levanta-te" (Lucas 7:14). Não só o jovem surge da morte, como também se senta e começa a falar. (Lucas 7:15). Quando o povo vê este grande milagre, clama, glorificando a Deus, e proclamando que "Deus visitou o Seu povo" (Lucas 7:16). Este é um eco da profecia de Zacarias no primeiro capítulo, quando ele disse: "A Dayspring do alto nos visitou para dar luz àqueles que se sentam na escuridão e na sombra da morte: (Lucas 1:78-79).
Ao trazer o filho da viúva de volta à vida, Jesus está demonstrando que Ele pode nos ressuscitar daqueles tempos em que parece que não temos mais nenhuma verdade em nossas vidas. Como a viúva que primeiro perdeu seu marido, e agora seu único filho, há momentos em que podemos nos sentir espiritualmente perdidos e sozinhos sem nenhuma verdade para nos guiar. Não é que a verdade que temos esteja obscurecida, como no episódio anterior sobre o servo do centurião que estava perto da morte. Neste caso, sente-se morto, desaparecido, afastado de nós, para nunca mais voltar. Mas isso é apenas uma aparência. Na realidade espiritual, a verdade de Deus está sempre próxima, e quando sentimos o toque da Sua verdade, uma nova vida começa a surgir em nós. Experimentamos uma capacidade renovada de responder à voz do Senhor enquanto Ele nos fala a partir da Sua Palavra, dizendo "Levanta-te".
Como o rapazinho, podemos sentar-nos e começar a falar. Não foi só o jovem que começou a falar, mas também as multidões que se reuniram para testemunhar este grande milagre. Como está escrito nas palavras finais deste episódio, "E o relato sobre Ele percorreu toda a Judéia e toda a região circunvizinha" (Lucas 7:17)
>forte>És tu o próximo?
18. E os seus discípulos relataram a João todas estas coisas.
19. E João, chamando alguns de seus discípulos, enviou-os a Jesus, dizendo: És tu aquele que deve vir, ou devemos esperar outro?
20. E quando os homens chegaram a Ele, disseram: "João Batista nos enviou a Ti, dizendo: 'És tu aquele que deve vir, ou devemos esperar outro?
21. E naquela mesma hora Ele curou muitas doenças e flagelos e espíritos malignos, e a muitos ['que eram] cegos Ele graciosamente os deu [a eles] para ver.
22. E Jesus, respondendo, disse-lhes: "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: que os cegos vejam, os coxos andem, os leprosos sejam limpos, os surdos ouçam, os mortos sejam ressuscitados, e os pobres recebam boas notícias;
23. E feliz aquele que não tropeçará em Mim."
A ressurreição do jovem rapaz culmina com o seu sentar e falar. Embora não saibamos o que ele disse, o simples fato de ele ter sido capaz de falar testemunhou a nova vida que agora flui através dele, vida que lhe foi transmitida através das poderosas palavras de Jesus quando Ele disse: "Jovem, eu te digo: 'Levanta-te'". As pessoas que testemunharam o milagre ficaram compreensivelmente espantadas e relataram-no de longe, juntamente com outras histórias sobre as maravilhas que Jesus estava a realizar. Entre as testemunhas estavam os discípulos de João Batista. Como está escrito: "Então os discípulos de João relataram-lhe todas estas coisas" (Lucas 7:18).
A palavra está fora sobre os milagres de Jesus. Afinal, Jesus acabou de curar à distância o servo do centurião e ressuscitou da morte o filho de uma viúva. As palavras e ações de Jesus parecem indicar que Ele é, de fato, o Messias prometido. Mas Ele não parece ser o tipo de Messias que era esperado. Ele trabalha no sábado; Ele come com pecadores e cobradores de impostos, e no episódio anterior, Ele fez o que era proibido - Ele tocou o caixão de uma pessoa morta. Este não é o tipo de comportamento real que se esperava do Messias que estava por vir. Segundo as Escrituras Hebraicas, esperava-se que o Messias vindouro fosse um grande rei que levasse seu povo à vitória sobre seus inimigos físicos. Como está escrito: "Farei dos teus inimigos um escabelo para os teus pés" (Salmos 110:1); “O Senhor que governa sobre todos será como um escudo para o Seu povo. Eles destruirão os seus inimigos" (Zacarias 9:8; 15).
Estas eram as expectativas que muitas pessoas tinham. Eles estavam à procura de um rei físico, um "ungido", que provocaria uma revolução militar, política e econômica que libertaria os filhos de Israel do domínio estrangeiro. Jesus, no entanto, parecia estar fazendo algo bem diferente. Tem havido muita pregação e cura, mas até agora nada foi dito sobre destruir os inimigos, libertar os prisioneiros e estabelecer um novo reino. Na verdade, João Batista, ainda está definhando na prisão. Portanto, João envia Seus discípulos de volta para Jesus com uma pergunta legítima: "Você é o próximo", pergunta João, "ou nós procuramos outro?" (Lucas 7:18).
É uma boa pergunta. Mas quando os discípulos de João vêm a Jesus com a pergunta: "És tu o próximo?" Jesus não dá uma resposta directa. Em vez disso, Ele continua o Seu trabalho, deixando que as Suas acções falem por si. Como está escrito: "E naquela mesma hora Ele curou muitas pessoas de suas enfermidades, aflições e espíritos maus; e a muitos que eram cegos Ele deu a visão" (Lucas 7:21). Jesus volta-se então para os discípulos de João e diz-lhes: "Ide e dizei a João o que vistes e ouvistes; que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e os pobres têm o evangelho pregado a eles" (Lucas 7:22).
Jesus conclui então sua mensagem aos discípulos de João com este pensamento final: "Bem-aventurado aquele que não se ofende por minha causa" (Lucas 7:23). Embora esta não seja uma resposta direta à pergunta de John, ela é cheia de significado. Jesus está lhes dizendo, indiretamente, que Ele é o Vindouro, e não há necessidade de procurar outro. Embora Ele não esteja inaugurando um novo reino físico, Ele está de fato inaugurando um novo reino espiritual. Será um reino no qual os cegos espirituais verão as maravilhas que Deus está trabalhando em suas vidas interiores; os coxos espirituais poderão caminhar no caminho dos mandamentos; os surdos espirituais terão seus ouvidos abertos para que possam ouvir a voz de Deus; os doentes espirituais se recuperarão e os mortos espirituais serão ressuscitados para uma nova vida. Nesse novo reino, todos aqueles que têm fome e sede da verdade - terão o evangelho pregado a eles. Estas são as várias categorias de seres humanos que serão abençoados pela vinda de Jesus em suas vidas. 7
Por outro lado, aqueles que se recusam a acreditar, ficarão ofendidos. Como os escribas e fariseus que ignoraram as maravilhas que Jesus estava trabalhando no meio deles, nós podemos nos recusar a acreditar que maravilhas vistas e não vistas estão ocorrendo a cada momento. Este, no entanto, não precisa ser o caso. Em vez de ficarmos ofendidos, podemos acreditar. Podemos descansar na certeza de que Deus está conosco fazendo maravilhas, e nosso trabalho é guardar os mandamentos. Quanto mais fizermos isso, mais experimentaremos a bem-aventurança interior da verdadeira paz. Como está escrito nas Escrituras Hebraicas: "Grande paz têm os que amam a Tua lei, e nada os ofenderá" (Salmos 119:165).
>forte>O papel de João Batista
24. E quando os mensageiros de João foram embora, Ele [Jesus] começou a dizer às multidões a respeito de João: "O que saístes pelo deserto para observar? Uma palheta abalada pelo vento?
25. Mas o que saíste para ver? Um homem vestido com roupas macias? Eis que eles estão em vestes gloriosas e [em] luxo estão nos [palácios] dos reis.
26. Mas o que foste ver? Um profeta? Sim, eu digo-te, e mais do que um profeta.
27. Este é [aquele] sobre quem está escrito: 'Eis que eu envio o meu anjo diante do Teu rosto, que preparará o Teu caminho diante de Ti'.
28. Pois eu vos digo que entre os que nascem de mulheres não há profeta maior do que João Batista; mas aquele que está menos no reino de Deus é maior do que ele"
Quando os discípulos de João partem, levando a mensagem de Jesus com eles, a questão agora não é mais se Jesus é ou não o Vindouro. Em vez disso, Jesus vira a pergunta e pergunta à multidão sobre João Batista. "O que vocês saíram para o deserto para ver?" pergunta Jesus. "Uma palheta abanada pelo vento?" (Lucas 7:24). Em outras palavras, eles esperavam que John estivesse indeciso sobre suas crenças, sujeito a mudar de idéia, como uma palheta oca abalada pelo vento?
Jesus está aqui descrevendo crenças que são "ocas" porque são baseadas em uma compreensão meramente externa, literal da Palavra. Tais crenças, baseadas apenas nas palavras literais da escritura sagrada sem um significado mais profundo, são como canas ocas que podem ser sopradas em qualquer direção, mudando os ventos. Da mesma forma, a letra da Palavra sem o sentido interno pode ser interpretada de qualquer forma que as brisas da opinião popular estejam soprando. Em resumo, a letra da Palavra, sem o sentido interno correspondente, é oca, vazia, e morta. É como um corpo sem alma. 8
Por outro lado, o sentido literal da Palavra, quando coerente com o significado interno que ela contém, é Divino. Toda a plenitude do sentido interno é contida com o sentido literal. De fato, quando o sentido literal é lido à luz do sentido interno, céu e terra, Deus e seres humanos, estão reconectados. Em momentos como este, a aparência exterior áspera e monótona da letra começa a brilhar com a beleza suave e interior que ela contém. 9
Esta idéia, de que a Palavra contém um significado interior que é suave e brilhante, é o tema da segunda pergunta de Jesus nesta série. "Mas o que você saiu para ver?" pergunta novamente Jesus. "Um homem vestido com vestes macias?" Na verdade, aqueles que estão vestidos com roupas brilhantes e vivem no luxo estão nos tribunais dos reis" (Lucas 7:25). Esta é uma referência à beleza do significado interior da Palavra. Ao contrário do significado externo, que parece ser grosseiro e baço, como o cabelo de camelo e um cinto de couro, o significado interno é liso e brilhante. É como uma peça de roupa de seda sem costura, iluminada pelo sol. A verdade por si só - o sentido literal da palavra - pode ser dura e sombria. Mas quando é preenchido com a bondade do sentido interno, os tons duros da letra são suavizados, e o significado interior das palavras brilham com grande beleza. 10
Jesus então repete a pergunta uma terceira vez: "Mas o que foste ver? Um profeta?" (Lucas 7:26). Desta vez Jesus responde à Sua própria pergunta: "Sim, eu digo a você e mais do que um profeta. Este é aquele de quem está escrito: "Eis que envio o Meu mensageiro diante da Tua face, que preparará o Teu caminho diante de Ti"" (Lucas 7:27). Jesus está aqui citando o profeta hebreu Malaquias. Ele está declarando que João Batista é de fato o profeta que prepararia o caminho para a vinda do Messias. Por causa disso, o papel de João foi mais significativo do que o de qualquer outro profeta. Nenhum outro profeta era maior do que João: "Pois eu vos digo que entre os nascidos de mulher não há profeta maior do que João Batista" (Lucas 7:28). Mas Jesus acrescenta esta advertência: "Mas aquele que está menos no reino dos céus é maior do que ele" (Lucas 7:28).
A chave para compreender esta afirmação encontra-se na distinção entre o sentido literal da Palavra e o sentido espiritual da Palavra. O sentido literal é escrito em linguagem humana e está fortemente revestido com as falácias do pensamento e da cultura humana. Mas o sentido espiritual é de Deus. Embora possa ser vislumbrado em parte, como o brilho do sol, sua sabedoria está muito além de nossa limitada compreensão. 11
Portanto, pode-se dizer que aqueles que ganham até mesmo um pequeno vislumbre do sentido espiritual superam em sabedoria aqueles que não vão além de uma compreensão literal da Palavra. Como Jesus diz: "Aquele que está menos no reino dos céus é maior do que [João Batista]". Em outras palavras, a letra da Palavra, quando separada de seu significado interior, sempre terá suas limitações. Será como uma palheta oca, sujeita aos ventos mutáveis da interpretação humana. Mas o sentido interno da Palavra nasce de Deus. No entanto, limitado o nosso entendimento dela pode ser, é sempre maior do que apenas o sentido literal.
>forte>Os Homens desta Geração
29. E todo o povo que o ouviu [a ele], e os publicanos, justificaram a Deus, tendo sido batizados com o batismo de João.
30. Mas os fariseus e os advogados desdenharam o conselho de Deus a respeito de si mesmos, não tendo sido batizados por ele.
31. E o Senhor disse: "A que compararei, pois, os homens desta geração? E como são eles?
32. Eles são como criancinhas sentadas no mercado, convocando-se umas às outras, e dizendo: Nós vos encanamos, e vós não dançastes; nós vos lamentamos, e vós não chorastes.
33. Pois João Batista não veio comer pão nem beber vinho, e você diz: Ele tem um demônio.
34. O Filho do Homem veio comer e beber, e tu dizes: Eis aqui um homem, um glutão e uma bebedeira, um amigo de publicanos e pecadores!
35. E a sabedoria é justificada por todos os seus filhos."
Os discípulos de João tinham vindo a Jesus com uma pergunta directa: "És tu o Vindouro, ou procuramos outro?" Em vez de dar uma resposta direta, Jesus deu a volta à pergunta e perguntou à multidão sobre as expectativas deles. "O que saístes a ver no deserto?" Ele perguntou-lhes. Ele repetiu a pergunta três vezes. Finalmente, ele deixou claro que João era de fato o profeta predito pelos profetas hebreus, aquele que prepararia o caminho para o Messias.
Enquanto Jesus é claro sobre o papel de João, Jesus é menos claro sobre se Ele (Jesus) é ou não o Messias esperado. Isso porque reconhecer Jesus como o Messias (ou Vindouro) é um assunto interno, algo que só se pode ver com olhos espirituais. Não podemos confiar em mais ninguém para tomar esta decisão por nós. Devemos aprender a ver com "olhos novos". Isto começa com um estudo sincero do sentido literal da Palavra, e é isto que Jesus quer dizer quando diz que devemos ser "batizados com o batismo de João" (Lucas 7:29).
Sem esse batismo inicial - o desejo sincero de compreender a letra da Palavra e a abertura para ser instruído em uma nova verdade - tornamo-nos como "os fariseus e advogados que desdenharam o conselho de Deus" (Lucas 7:30). Este é um ponto crucial. Se formos à Palavra buscando apenas aqueles ensinamentos que justificam nossas posições estabelecidas e defendem nossas idéias preconcebidas, não faremos nenhum progresso espiritual. Apenas reforçaremos aqueles preconceitos e preconceitos que nos têm mantido a mente em estados de escuridão espiritual. Este é especialmente o caso quando usamos a Palavra para defender nossas falsas crenças e apoiar nossa natureza auto-serviçosa. Sempre que este é o caso, nós estamos "estimulando o conselho de Deus". Isto é, não estamos dispostos a apreciar as verdades mais profundas e a nova consciência que Jesus quer trazer para nossas vidas através da verdadeira compreensão da Palavra de Deus.
Enquanto continuarmos ignorando essas verdades, permanecemos presos aos preconceitos culturais e atitudes tendenciosas do dia, incapazes de se elevar acima das mentalidades herdadas. Como diz Jesus: "A que compararei os homens desta geração, e como são eles? Eles são como crianças sentadas no mercado e chamando uns aos outros, dizendo: 'Nós tocamos flauta para você, e você não dançou; nós choramos para você, e você não chorou'" (Lucas 7:32).
Ao longo das Escrituras Hebraicas, os profetas falaram sobre a vinda do Messias, e o fizeram de diferentes maneiras. Algumas vezes, eles falavam sobre a alegria que seria encontrada quando o Messias fizesse a Sua vinda. Por exemplo, o profeta Isaías diz: "Os resgatados do Senhor voltarão a Sião com cânticos". A alegria eterna estará sobre suas cabeças". Eles obterão alegria, e alegria enquanto a tristeza e a tristeza fugirão" (Isaías 35:10). E nos salmos está escrito: "Que louvem o Seu nome com dança e façam música para Ele com tamboril e harpa" (Salmos 149:3). Por outro lado, nem todas as profecias se concentravam na alegria. Algumas advertiram sobre grandes tribulações e sofrimentos. Por exemplo, em Lamentações está escrito: "A alegria deixou nossos corações; nossa dança se transformou em luto... choramos por nós porque pecamos" (Lamentações 5:15-16).
As palavras dos profetas continham infinitos níveis de verdade, mas "os homens desta geração", como Jesus os chamou, recusaram-se a ouvir. Eles recusaram-se a ouvir as profecias sobre a alegria que prevaleceria quando o Messias viesse ao mundo para subjugar os infernos, restaurar a ordem e estabelecer uma compreensão adequada da religião. Ou, como está escrito nas sagradas escrituras, "Ele tocava flauta para eles, mas eles não dançavam".
Da mesma forma, "os homens desta geração" recusaram-se a ouvir as profecias sobre a destruição que o povo traria sobre si mesmo quando se afastasse do arrependimento, rejeitando a idéia de que eles devem parar de fazer o mal. Ou, como está escrito na Sagrada Escritura: "Ele chorou por eles, mas eles não choraram".
Os profetas tinham falado; João Batista tinha pregado o evangelho do arrependimento. Mas, como crianças desobedientes, os "homens desta geração" recusaram-se a ouvir. Em vez disso, eles se concentraram no comportamento externo de João Batista, desconsiderando Sua mensagem sobre a necessidade de auto-exame. A única coisa que viram foi que "ele não veio nem comer pão nem beber vinho" e concluíram que "ele tinha um demônio" (Lucas 7:33). Da mesma forma, eles desconsideraram os milagres e mensagens de Jesus, observando apenas que Ele parecia ser "um glutão e um bebedor de vinho, um amigo dos cobradores de impostos e pecadores" (Lucas 7:34). Mais uma vez, eles recusaram-se a ouvir.
> forte>> Ir mais fundo forte>>>/i>
É importante lembrar que João Batista representa o sentido externo da Palavra, as verdades firmes e inabaláveis que nos mostram quem somos, e como devemos nos arrepender. "Estas são demasiado severas, demasiado duras", às vezes dizemos. "Não estamos interessados em descobrir, reconhecer e abster-nos de males escondidos." De todas estas maneiras, recusamo-nos a permitir que os nossos velhos modos morram. Em outras palavras, nós nos recusamos a chorar.
Por outro lado, Jesus representa o significado interior da Palavra - os ensinamentos ternos e convidativos sobre perdão, compaixão e misericórdia. "Estes são demasiado indulgentes, demasiado suaves, demasiado suaves", dizemos algumas vezes. "Precisamos de lei, ordem e obediência. Precisamos da observância rigorosa dos deveres religiosos". De todas estas formas, recusamo-nos a experimentar a alegria libertadora de uma nova vida no Senhor. Em outras palavras, nós nos recusamos a dançar.
Mas a verdadeira sabedoria é a bela união do exterior e do interior. É a união da obediência externa aos ensinamentos literais da Palavra (João), enquanto vivem e habitam internamente em seu espírito (Jesus). Sempre que reunimos as verdades sólidas do sentido literal da Palavra com os afetos mais suaves contidos no sentido interno, damos à luz insights nobres e emoções benevolentes. Estes são os nossos descendentes espirituais. Eles são a prova viva de que estamos cada dia mais sábios. Como Jesus o coloca na conclusão deste episódio: "Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos" (Lucas 7:35).
Para resumir o ensinamento central deste episódio, precisamos tanto de João como de Jesus - o sentido literal e espiritual da Palavra. Enquanto precisamos estudar e entender o sentido literal (João), também precisamos ver dentro desse sentido a bondade, misericórdia e compaixão que cada história contém (Jesus). A Palavra não é santa à parte do seu significado interior. Nem o significado interior é santo à parte do sentido literal que ela contém. Mas quando há uma união sagrada da letra e do espírito, a Palavra brilha com a divindade. O casamento da bondade e da verdade, do amor e da sabedoria, interna e externa, faz nascer a fé, a caridade e o desejo celestial de realizar serviços úteis. Na Sagrada Escritura, estes "descendentes espirituais" são filhos de uma nova geração. 12
>é forte>dívida do Simon>é forte>
36. E um certo fariseu rogou-lhe que comesse com ele; e, tendo entrado na casa do fariseu, reclinou-se.
37. E eis que uma mulher na cidade, que era pecadora, sabendo que Ele estava sentado na casa do fariseu, obteve um alabastro [vaso] de ungüento;
38. E, pondo-se de pé atrás [dele], chorando, começou a derramar Lágrimas nos Seus pés, enxugou [os] cabelos da sua cabeça, beijou-Lhe os pés, e ungiu [os] com o ungüento.
39. Mas [quando] o fariseu que O tinha convidado viu [isto], disse dentro de si, dizendo: "Este [Homem], se Ele fosse um profeta, teria sabido quem e que tipo de mulher [isto] o toca, que é pecadora".
40. E Jesus, respondendo, disse-lhe: "Simão, tenho algo a dizer-te;" e ele declara: "Mestre, dizei".
41. "Um certo credor tinha dois devedores; um devia quinhentos denários, e o outro cinqüenta.
42. Mas [eles] não tendo nada a pagar, ele graciosamente perdoou a ambos. Diga [a mim], portanto, qual deles o amará mais?"
43. E Simon respondendo disse: "Presumo que [ele] a quem ele graciosamente perdoou mais". E ele disse-lhe: "Julgaste bem."
44. E voltando-se para a mulher, Ele declarou ao Simon: "Vê esta mulher? Entrei em tua casa; não me deste água nos meus pés, mas ela choveu os meus pés de lágrimas e os enxugou com os cabelos da sua cabeça.
45. Não me deste nenhum beijo, mas ela, desde que entrei, não cessou de me beijar os pés.
46. A minha cabeça com óleo não ungiste, mas ela ungiu os meus pés com unguento.
47. Assim eu te digo: 'Seus pecados, que são muitos, são perdoados, porque ela amou muito; mas a quem pouco é perdoado, pouco ama'".
48. E Ele disse-lhe: "Os teus pecados estão perdoados."
49. E os que estavam sentados com [Ele] começaram a dizer em si mesmos: "Quem é este que perdoa os pecados também?".
50. E Ele disse à mulher: "A tua fé te salvou; vai em paz"
No episódio anterior, o foco estava nos dois sentidos da Palavra: o sentido externo e o sentido interno. O sentido externo é sobre montanhas, rios, árvores, pássaros, rios, reis, soldados, pescadores, pássaros, nuvens, pão, vinho e tudo o que diz respeito à realidade exterior, física. O sentido interno é sobre amor e sabedoria, fé e caridade, verdade e falsidade, bem e mal, céu e inferno, e tudo o que diz respeito ao mundo interior da realidade espiritual.
A verdade é que vivemos em dois mundos - um mundo exterior de natureza e um mundo interior de espírito. Em nosso mundo exterior, somos conhecidos por nossas palavras e ações. O nosso mundo interior, no entanto, é menos óbvio. Na sua maioria escondido da visão dos outros, é o mundo privado dos nossos pensamentos e sentimentos. No episódio que se segue, é-nos dado um vislumbre do que significa habitar em dois mundos simultaneamente, um mundo externo que pode ser observado pelos outros, e um mundo interno de pensamentos e sentimentos privados.
O episódio começa quando um fariseu chamado Simão convida Jesus para uma refeição em sua casa (Lucas 7:36). Enquanto Jesus está sentado à mesa, uma mulher da cidade entra na casa de Simão com o propósito específico de lavar os pés de Jesus. Como está escrito: "E eis que uma mulher da cidade que era pecadora, quando soube que Jesus se sentou à mesa na casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro de óleo perfumado, e pôs-se aos Seus pés chorando; e começou a lavar os Seus pés com as suas lágrimas, e os enxugou com os cabelos da sua cabeça; e beijou os Seus pés e os ungiu com o óleo perfumado" (Lucas 7:37-38).
Simão, o fariseu, que estava observando tudo isso cuidadosamente, não disse nada. Mas no seu coração, ele estava cheio de julgamentos - sobre Jesus e sobre a mulher. Referindo-se a Jesus, disse a si mesmo: "Este homem, se fosse profeta, saberia quem e que tipo de mulher é esta que O toca" (Lucas 7:39). E quanto à mulher, ele estava pensando em seu coração: "Ela é pecadora" (Lucas 7:39).
Um dos principais atributos dos fariseus era a sua hipocrisia. Neste caso, Simão, sob o pretexto de amizade, convidou Jesus para jantar com ele. Essa foi apenas a ação exterior, um comportamento físico observável que teve a aparência de uma hospitalidade graciosa. Interiormente, porém, em seu mundo interior de pensamento e de sentimentos, ele estava fora para provar que Jesus não era um profeta, não o Messias, e meramente um homem comum. Por isso ele foi tão rápido a julgar Jesus, dizendo dentro de si mesmo: "Se ele fosse um profeta, ele saberia que tipo de mulher é essa".
Simão, o fariseu, tinha, é claro, julgado mal a situação. Jesus sabia exatamente "com que tipo de mulher" Ele estava lidando. Isso porque Jesus era capaz de olhar além do mundo das aparências físicas; ele era capaz de ver dentro do mundo interior dela. Ele conhecia o coração dela. Como está escrito nas Escrituras Hebraicas, "O Senhor não vê como o homem vê". As pessoas julgam pela aparência exterior, mas o Senhor olha para o coração" (1 Samuel 16:7).
Jesus também conhecia o coração de Simão. Enquanto Simão acreditava que os seus pensamentos eram privados, Jesus podia lê-los tão facilmente como se Simão estivesse pensando em voz alta. Portanto, está escrito: "Quanto a esta mulher, ele estava pensando em seu coração: 'Ela é uma pecadora'". Uma coisa é ser apanhado em actividades pecaminosas; é-nos permitido julgar isso. Chama-se um juízo moral. Podemos dizer: "O que você fez foi errado, ou cruel, ou injusto." Mas quer alguém seja ou não um "pecador", ninguém pode julgar. Isso chama-se um "julgamento espiritual". 13
Jesus está perfeitamente consciente dos pensamentos julgadores de Simão. No entanto, Jesus não o repreende - ainda não. Em vez disso, Jesus diz: "Simão, eu gostaria de te dizer uma coisa." Simão responde: "Vai em frente", e Jesus conta a Simão uma breve história sobre um emprestador que tinha dois devedores. Um devedor devia quinhentos denários, e o outro devedor devia cinquenta denários. "E quando eles não tinham nada com que pagar", diz Jesus, "O credor perdoou-lhes livremente a ambos" (Lucas 7:41-42). Ao concluir a breve história, Jesus diz a Simão: "Diz-me, pois, qual deles o amará mais?". E Simão responde: "Suponho que aquele a quem ele mais graciosamente perdoou" (Lucas 7:43).
A resposta de Jesus é breve, mas cheia de significado. Ele diz a Simão: "Julgaste bem" (Lucas 7:43).
Jesus então volta a atenção de Simão para a mulher, encorajando-o a dar uma segunda olhada. "Você vê esta mulher", diz Jesus a Simão. É como se Jesus estivesse encorajando Simão a olhar novamente, a reconsiderar suas suposições, e a considerar esta mulher de uma maneira diferente. Jesus está tentando ajudar Simão a ver além das aparências mundanas, a ver através dos olhos da compaixão e da compreensão. Em termos bíblicos, Jesus está tentando abrir os "olhos cegos" de Simão.
Para fazer isso, Jesus compara a maneira como Simão O tratou com a maneira como a mulher O tratou. "Entrei em tua casa", diz Jesus a Simão, "mas tu não me deste água para os meus pés". E, no entanto, ela chovia os Meus pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça" (Lucas 7:44). Jesus está se referindo ao costume de lavar os pés antes de entrar na casa de alguém. Simão não tinha conseguido fazer isso, mas a mulher fez muito mais.
Continuando a Sua comparação, Jesus diz: "Não me deste nenhum beijo, mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar os Meus pés". Não ungiste a Minha cabeça com óleo, mas ela ungiu os Meus pés com pomada" (Lucas 7:45-46). Jesus então resume a Sua comparação com estas palavras: "Portanto, eu vos digo: 'Seus pecados, que são muitos, são perdoados, porque ela amou muito; mas a quem pouco é perdoado, ele pouco ama'" (Lucas 7:47). Finalmente, numa poderosa declaração conclusiva, Jesus afasta-se de Simão, enfrenta a mulher e diz-lhe: "Os teus pecados estão perdoados" (Lucas 7:48).
Simão, será lembrado que houve julgamentos pesados sobre Jesus e a mulher. Ele duvidava se Jesus era um profeta e tinha certeza de que a mulher era uma pecadora. Na conclusão da história, quando Simão reconhece que aquele que mais tinha sido perdoado seria também aquele que tinha o maior amor, Jesus não diz: "Respondeste bem". Em vez disso, ele diz: "Tu julgaste bem".
Em outras palavras, este tipo de julgamento é um julgamento justo. Este é o tipo de julgamento que pode ver e entender o que significa ser perdoado de uma grande dívida. É o uso adequado do entendimento. O que Simão não vê, porém, é que ele talvez seja um devedor maior do que a mulher. Isso porque todo julgamento espiritual que ele faz serve para aumentar sua dívida espiritual. Ele também não está consciente de que há algo de errado com a sua natureza julgadora. Em seu mundo exterior, ele é um homem rico. Mas em seu mundo interior de pensamento e sentimento, ele tem tremendas dívidas espirituais.
Mesmo assim, Jesus está disposto a perdoar todas as suas dívidas. Mas para receber o perdão Divino, Simão deve, antes de tudo, reconhecer os seus pecados. É o mesmo para cada um de nós. Na verdade, quanto mais entramos na realização de nossa natureza pecaminosa, mais gratidão sentimos para com o Senhor pelo que Ele fez por nós, e o que Ele está fazendo em nós a cada momento. Na medida em que nos dermos conta de quão grandes são as nossas dívidas espirituais - muito mais de cinquenta ou mesmo quinhentos denários - mais amor e apreço sentiremos por Deus que está disposto a perdoar cada dívida, a subjugar cada mal e a encher-nos de vida nova. Como está escrito nas Escrituras Hebraicas: "Como pagarei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo?". (Salmos 116:8-9; 12).
Tudo isso acontece enquanto Jesus está sentado à mesa com vários outros. Enquanto nós não temos mais notícias de Simão, os outros continuam julgando. Quando Jesus diz à mulher: "Os teus pecados são perdoados", os espectadores dizem dentro de si mesmos: "Quem é este que até perdoa pecados? (Lucas 7:49). O seu julgamento não dito faz lembrar um episódio anterior quando Jesus curou um paralítico e lhe disse que os seus pecados foram perdoados. Naquela época, os fariseus raciocinavam em seus corações, pensando: "Quem pode perdoar pecados senão Deus sozinho?" (Lucas 5:21).
A situação na casa do Simon é semelhante. Mais uma vez, os espectadores raciocinam dentro de si mesmos sobre quem pode ser quem afirma perdoar pecados. Afinal de contas, isto é algo que só Deus pode fazer. Jesus, porém, não responde diretamente aos seus pensamentos. Em vez disso, Ele se volta para a mulher e diz: "A tua fé te salvou" (Lucas 7:50).
Deve-se notar que nos últimos três episódios Jesus tem revelado constantemente a Sua divindade. Primeiro, Ele curou o servo do centurião que estava perto da morte; depois ressuscitou o filho da viúva que estava morto; e agora, Ele mostra que o Seu poder vai além das limitações da realidade física e se transforma em realidade espiritual. Jesus disse à mulher que a sua fé a salvou e que os seus pecados são perdoados. Agora, quando este episódio chega ao fim, Jesus diz a ela para "Ir em paz" (Lucas 7:50). É uma bênção disponível a todos os que estão dispostos a receber as bênçãos que vêm do reconhecimento de quão grandes são as suas dívidas, do quanto essas dívidas foram perdoadas, e de que a sua fiel vontade de seguir Jesus pode levá-los a uma nova vida.
>forte>Uma aplicação prática
No mundo espiritual em que todos entramos após a morte, cada pensamento e sentimento é tornado claro. Não é mais possível esconder julgamentos duros enquanto fingimos ser amigáveis. Portanto, é uma boa idéia vigiar de perto os pensamentos e sentimentos que entretemos, recusando-se a abraçar os julgamentos espirituais dos outros, enquanto acolhemos os pensamentos que vêem o melhor nos outros. Esta é uma boa prática não só neste mundo, mas também para o mundo em que vamos entrar para a eternidade. 14
Fußnoten:
1. Arcanos Celestes 1594[3-4]: “O amor próprio tem dentro de si ódio contra todos aqueles que não se sujeitam a ele como escravos; e porque há ódio, há também vingança, crueldade, engano e muitas outras coisas perversas. Mas o amor mútuo, que só por si é celestial, consiste não só em dizer, mas também em reconhecer e crer, que somos totalmente indignos, vis e imundos, e que o Senhor da Sua infinita misericórdia está continuamente nos retirando e nos impedindo de ir para o inferno, no qual nos esforçamos continuamente, não por muito tempo, para nos precipitarmos. Reconhecer e crer nisso não é por submissão, mas porque é verdade, e é uma proteção contra a auto-exaltação... Pois a auto-exaltação seria como se os excrementos se chamassem ouro puro, ou uma mosca do monturo dissesse que é uma ave do paraíso. Portanto, na medida em que as pessoas se reconhecem e acreditam ser como realmente são, elas recuam do amor a si mesmas e seus desejos, e abominam [este aspecto de] si mesmas. E na medida em que fazem isso, recebem o amor celestial do Senhor, ou seja, o amor mútuo, que consiste no desejo de servir a todos".
2. Verdadeira Religião Cristã 676: “Havia muitas pessoas entre os filhos de Israel no passado... que acreditavam que eles - mais do que todos os outros - são "o povo escolhido" porque são circuncidados. Da mesma forma, há muitos entre os cristãos que crêem que eles são 'o povo escolhido' porque foram batizados. No entanto, ambos os rituais, circuncisão e batismo, foram destinados apenas como um sinal e um lembrete para serem purificados dos males. Esta purificação dos males é o que realmente torna as pessoas 'escolhidas'". Veja também Arcanos Celestes 8873: “A vida do Senhor só entra num coração humilde e submisso".
3. Arcanos Celestes 5164[2]: “Considerados em relação ao Senhor, todos são igualmente servos, não importa a que nível da sociedade pertençam. De fato, no reino do Senhor, isto é, no céu, aqueles que são os mais íntimos naquele reino são servos preeminentes porque a sua obediência é a maior de todas".
4. Apocalipse Explicato 316[8]: “Na Palavra, a frase "meu servo" não significa um servo no sentido habitual, mas o que quer que sirva. Isto também é dito de verdade [chama-se "um servo"] porque a verdade serve ao bem para ser usada".
5. Arcanos Celestes 8364[2]: “A razão pela qual "doença" significa maldade é que, no sentido interno, os tipos de coisas que atacam a vida espiritual são significados. As doenças que a atacam são males, e são chamadas desejos e anseios malignos; e os componentes da vida espiritual são a fé e a caridade. Diz-se que a vida de uma pessoa é 'doente' quando existe falsidade em vez da verdade da fé e quando existe maldade em vez do bem da caridade, porque levam à morte daquela vida. Isto se chama morte espiritual e é condenação, assim como as doenças levam à morte da própria vida natural".
6. Arcanos Celestes 9198: “Na palavra "viúva" significa aqueles que têm o bem que não tem verdade, e ainda assim têm um desejo de verdade.... A razão pela qual 'uma viúva' tem este significado é que 'um homem' significa verdade e sua 'esposa' significa bem, de modo que quando a esposa de um homem se tornou viúva, significa bem que está sem verdade. Mas num sentido ainda mais interno ... o Senhor, em virtude do Seu Bem Divino, é chamado "Marido" e "Esposo", enquanto que o Seu reino e igreja, em virtude da sua aceitação da Verdade Divina que emana do Senhor, é chamado de "esposa" e "noiva"".
7. Arcanos Celestes 2383: “De acordo com o sentido da letra, pelos 'cegos', pelos 'coxos', pelos 'leprosos', pelos 'surdos', pelos 'mortos', pelos 'pobres', só estes são os significados; porque na verdade era o caso que os cegos recebiam a visão, a audição dos surdos, a saúde dos leprosos, a vida dos mortos.... Mas no sentido interno isto é dito em referência aos gentios dos quais é declarado que eram 'cegos', 'surdos', 'coxos' e 'mudos' sendo assim chamados em relação à doutrina e à vida". Veja também Arcana Coelestia 9209:4: "Nesta passagem 'o cego' descreve aqueles que não têm conhecimento da verdade, 'o coxo' aqueles que são governados pelo bem, mas não pelo bem genuíno porque não têm conhecimento da verdade, 'os leprosos' aqueles que são impuros e ainda têm o desejo de serem limpos; e 'os surdos' aqueles sem qualquer crença na verdade porque não têm percepção da mesma".
8. Milagres 10: “Quando não há nada interno para prender pessoas, ou seja, quando não há interno, o externo é atirado para cá e para lá como uma cana sacudida com o vento tempestuoso". Veja também Veja também Veja também Arcanos Celestes 9372[3]: “O sentido literal da Palavra é comparado a uma 'cana sacudida pelo vento' quando é explicada de acordo com o prazer de cada um, pois uma 'cana' significa a verdade no seu nível mais baixo ou mais externo, que é o que a Palavra é na letra".
9. Apocalipse Explicado 619[16]: “João Batista representa os aspectos externos da Palavra, que são naturais. Ele usava vestes de pêlo de camelo e uma cinta de couro sobre os seus lombos. O 'cabelo de camelo' significa os aspectos externos do homem natural, tais como as coisas exteriores da Palavra, e 'a cinta de couro sobre os lombos', significa a ligação externa e conexão destes com as coisas interiores da Palavra, que são espirituais".
10. Arcanos Celestes 9372[4]: “A Palavra no nível mais baixo ou na letra parece à vista humana ser áspera e monótona, mas no sentido interno é suave e brilhante. Isto significa as palavras que eles não viram "uma pessoa vestida com roupas macias". Eis que aqueles que vestem roupas macias estão nas casas dos reis". O fato de que tais coisas são significadas por estas palavras é evidente pelo significado de 'vestes' ou roupas como verdades, como resultado das quais os anjos aparecem vestidos com roupas macias e brilhantes, de acordo com as verdades que brotam do bem que reside com elas".
11. Arcanos Celestes 9372[6]: “Que no sentido interno, ou tal como está no céu, a Palavra está num grau acima da Palavra no sentido externo, ou tal como está no mundo, e tal como João Batista ensinou, é significada por: "Aquele que está menos no reino dos céus é maior do que ele", pois como é percebido no céu, a Palavra é de sabedoria tão grande que supera a compreensão humana".
12. O Cavalo Branco 13: “No sentido da letra do Verbo há uma santidade Divina em todas e cada uma de suas coisas, mesmo em cada um dos pontos". Veja também Arcanos Celestes 6239: “No sentido espiritual, nenhuma outra "geração" pode ser entendida além daquelas que se relacionam com a regeneração.... Da mesma forma, os termos "nascimentos", "filhos" e "concepções" na Palavra significam os nascimentos, os filhos e as concepções de fé e caridade".
13. O Amor Conjugal 523: “O Senhor diz: 'Não julgueis, para não serdes condenados'. (Mateus 7:1) Isto não pode, no mínimo, significar julgar a vida moral e civil de alguém no mundo, mas julgar a vida espiritual e celestial de alguém. Quem não vê que se as pessoas não tivessem permissão para julgar a vida moral daqueles que moram com elas no mundo, a sociedade entraria em colapso? O que seria da sociedade se não houvesse tribunais públicos e se não fosse permitido a ninguém fazer o julgamento de outro? Mas julgar como é a mente ou a alma interior, assim como é o estado espiritual de uma pessoa e assim o seu destino após a morte - deste não é permitido julgar, porque é conhecido apenas pelo Senhor".
14. O Amor Conjugal 523: “Os interiores da mente, que estão escondidos no mundo, são revelados após a morte". Veja também Arcanos Celestes 7454[3]: “Nada do que está escondido daquilo que uma pessoa no mundo pensou, falou, e fez. Tudo está aberto para ver.... Portanto, não acreditem que as coisas que uma pessoa pensa em segredo e faz em segredo, estão escondidas, pois são tão claramente mostradas no céu como as que aparecem à luz do meio-dia, segundo as palavras do Senhor em Lucas: 'Não há nada encoberto que não será revelado; ou escondido que não será conhecido'". (Lucas 12:2)