Passo 306

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Lucas 14:12-35

12 Disse também ao que o havia convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem os vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso retribuído.

13 Mas quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos;

14 e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que te retribuir; pois retribuído te será na ressurreição dos justos.

15 Ao ouvir isso um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus.

16 Jesus, porém, lhe disse: Certo homem dava uma grande ceia, e convidou a muitos.

17 E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: vinde, porque tudo já está preparado.

18 Mas todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; rogo-te que me dês por escusado.

19 Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me dês por escusado.

20 Ainda outro disse: Casei-me e portanto não posso ir.

21 Voltou o servo e contou tudo isto a seu senhor: Então o dono da casa, indignado, disse a seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.

22 Depois disse o servo: Senhor, feito está como o ordenaste, e ainda há lugar.

23 Respondeu o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e obriga-os a entrar, para que a minha casa se encha.

24 Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.

25 Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se, disse-lhes:

26 Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo.

27 Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo.

28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?

29 Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele,

30 dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar.

31 Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra outro rei, não se senta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?

32 No caso contrário, enquanto o outro ainda está longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.

33 Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.

34 Bom é o sal; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor?

35 Não presta nem para terra, nem para adubo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Lucas 15

1 Ora, chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir.

2 E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles.

3 Então ele lhes propôs esta parábola:

4 Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre?

5 E achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo;

6 e chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e lhes diz: Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha que se havia perdido.

7 Digo-vos que assim haverá maior alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.

8 Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, buscando com diligência até encontrá-la?

9 E achando-a, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu havia perdido.

10 Assim, digo-vos, há alegria na presença dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende.

11 Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos.

12 O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres.

13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.

14 E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades.

15 Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.

16 E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada.

17 Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!

18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;

19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.

20 Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.

21 Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.

22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés;

23 trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos,

24 porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se.

25 Ora, o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças;

26 e chegando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.

27 Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.

28 Mas ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele.

29 Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos;

30 vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.

31 Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu;

32 era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.

Lucas 16

1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens.

2 Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua mordomia; porque já não podes mais ser meu mordomo.

3 Disse, pois, o mordomo consigo: Que hei de fazer, já que o meu senhor me tira a mordomia? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha.

4 Agora sei o que vou fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.

5 E chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?

6 Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta.

7 Perguntou depois a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.

8 E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz.

9 Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

10 Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.

11 Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?

12 E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?

13 Nenhum servo pode servir dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar ao outro, o há de odiar a um e amar ao outro, o há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

14 Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele.

15 E ele lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.

16 A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele.

17 É, porém, mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.

18 Todo aquele que repudia sua mulher e casa com outra, comete adultério; e quem casa com a que foi repudiada pelo marido, também comete adultério.

19 Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente.

20 Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras;

21 o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras.

22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.

23 No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio.

24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado.

26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.

27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,

28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento.

29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.

30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.

31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.